sexta-feira, 24 de maio de 2013
DOSSIÊ ESPECIAL: Por que as cervejas são tão caras no Brasil, parte 2 - Mais logística
CENAS DO CAPÍTULO ANTERIOR: Sexta maior economia do mundo, o Brasil está em 41o. entre 155 países na lista da eficiência logística, segundo um estudo do Banco Mundial lançado no ano passado. Seu Índice de Desempenho Logístico (LPI, na sigla original) é compatível com os emergentes de mesmo porte, como China e Índia, e melhor que o da Rússia. Ou seja, a situação é feia, mas não muito diferente de muitos outros.
E agora... a segunda parte da nossa série sobre os preços das cervejas, ainda sobre logística.
Enquanto as cervejas repousam - nem sempre, muito confortavelmente - nos pallets, que, por sua vez, descansam nos contêineres, que se acomodam nos navios ou em caminhões, tudo está relativamente em paz. Os problemas na importação e exportação começam quando as embarcações alcançam um dos portos brasileiros. No estudo "Como reduzir os custos de logística de frete no Brasil", lançado em abril de 2012, o Banco Mundial analisa a situação do país em comparação, principalmente, com economias geograficamente próximas (América Latina) e em semelhante nível de desenvolvimento, como os demais integrantes do BRIC, apelido dados aos quatro gigantes emergentes (Brasil, Rússia, Índia e China), entre outros.
No cômputo geral, o Brasil fica mais ou menos no mesmo patamar que as demais economias emergentes de dimensões continentais. A análise dos dados específicos revela as principais fraquezas do país, que vêm do ambiente de negócios, segundo os dez especialistas que participaram do estudo, não exatamente da infraestrutura - que também é obviamente deficiente.
As respostas, neste caso, foram extraídas de um estudo mais antigo também do Banco Mundial, intitulado O Custo de Fazer Negócios, lançado em 2009, com dados coletados em junho de 2008.
Entre seus pares, o Brasil não é campeão da burocracia aduaneira. Segundo o órgão internacional, o país exige 8 documentos para exportações e 7 para importações. A Índia exige também 8 para exportações, e 9 para importações, a China, 7 e 6, e o título fica com a Rússia, com 8 e 13 documentos para exportações e importações, respectivamente. Já os Estados Unidos, 4 e 5.
Também não está entre os mais lentos para a liberação das cargas. Até pelo contrário, principalmente quando se considera o BRIC. Demora 14 dias em média para exportar um contêiner, contra 17 da Índia e do México, 21 da China e do Chile, e os impressionantes 36 dias da Rússia - certamente, outro motivo pelo qual não vemos tanta cerva russa dando sopa no mercado; os EUA, 6. Já para a importação, tem o melhor desempenho entre entre a espera no Brasil é de 19 dias em média, contra 20 da Índia, 24 da China e, novamente, 36 da Rússia; nos EUA, 5 dias.
É nos custos que o país perde na comparação com os concorrentes diretos. A exportação de um contêiner custa em média US$ 1.240, ficando acima dos US$ 460 da China e US$ 945 da Índia, e sendo superado apenas pela Rússia, com US$ 2.150. O valor é abaixo da média da Argentina US$ 1.480 e do México US$ 1.472, mas quase 25% acima do custo nos EUA (US$ 990). Nas importações, o custo médio por contêiner no Brasil é de US$ 1.275, contra US$ 545 da China, US$ 960 da Índia, e os mesmos US$ 2.150 da Rússia. Os EUA encostam no valor do Brasil, com US$ 1.245, enquanto no México são estratosféricos US$ 2.700 e na Argentina, US$ 1.810.
CENAS DO PRÓXIMO CAPÍTULO: Mais dados comparativos do ambiente de negócios do Brasil com os demais países.
Confiram as tabelas:
CUSTO DE FAZER NEGÓCIOS
BUROCRACIA (documentos necessários)
Exportação Importação
EUA 4 5
Argentina 9 7
Índia 8 9
Brasil 8 7
Chile 6 7
China 7 6
México 5 5
Peru 7 8
Rússia 8 13
---------------------------
TEMPO (dias)
Exportação Importação
EUA 6 5
Argentina 13 18
Índia 17 20
Brasil 14 19
Chile 21 21
China 21 24
México 17 23
Peru 24 25
Rússia 36 36
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CUSTOS (US$ por contêiner)
Exportação Importação
EUA 990 1.245
Argentina 1.480 1.810
Índia 945 960
Brasil 1.240 1.275
Chile 745 795
China 460 545
México 1.472 2.700
Peru 875 895
Rússia 2.150 2.150
(Números relativos a junho de 2008)
FONTE: Banco Mundial, How to decrease freight logistics costs in Brazil (abril de 2012)
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