sábado, 23 de junho de 2012

Bebendo com os olhos #1 - Weihenstephaner Hefeweiss

Quando trouxemos o designer Vinicius Borges para a nossa equipe, ele já sabia que havia mais no mundo do que as lagers aguadas industrializadas. À medida que fomos trabalhando - e degustando -, ele foi se apaixonando pela ideia de beber cervejas que ficassem na memória por muito tempo. O passo seguinte e natural foi começar a prestar atenção nas embalagens. Agora, o Vinicius, que assina este post, se empolgou em dividir suas impressões sobre as garrafas e rótulos que têm visto por aí. Adepto de uma abordagem "holística", ele vai relacionar também o visual da cerveja com a experiência de bebê-la. Aproveitem!

O Editor

Adequadamente, a Weihenstephaner, autoproclamada a mais antiga do mundo, possui um rótulo à altura da tradição e da experiência de sua degustação: simples e direta ao ponto. Simples, mas nem por isso simplória. É uma cerveja rica, com alta carbonatação e sabor bastante maltado, aromas de mel e cravo.

No rótulo, a mistura harmoniosa de azul com dourado só contribui para reforçar o conceito de "cerveja clássica". A idéia de pureza é representada pela cor branca, que serve de base para todo o design.



A única ressalva é a simulação do rótulo oval (ele é, de fato, retangular) com uma moldura em tom escuro, na tentativa de incorporar a parte não utilizada do rótulo ao fundo de âmbar tipico das garrafas de cerveja (Nota para os profissionais da área: algo como um preto carregado de ciano e magenta). Esse recurso, no entanto, funciona bem quando aplicado no rótulo do verso. As demais cores são percebidas no brasão da Baviera (vermelho e azul claro), e somente ali, como que se chamasse atenção para a origem nobre da bebida.

Mantendo a coerência em relação ao conceito de simplicidade, fazem uso moderado de mais de uma família tipográfica. O nome da dita cuja vem em uma tipologia caligráfica, enquanto as demais informações do rótulo frontal são escritas com uma semi-serifada - o que serve para diferenciar as informações, sem fugir à harmonia do layout.

Os demais elementos que ilustram o rótulo apenas reforçam o conceito de uma cerveja clássica, simples e direta. Não tem como não associar os pergaminhos e filigramas localizados por trás da inscrição "hefe weissbier" a algo antigo e tradicional. Nobre, até, eu diria.

No geral, a Weihenstephaner agrada tanto à boca e ao nariz quanto aos olhos. Uma cerveja simpática e agradável de degustar e um ótimo rótulo para a minha coleção.

3 comentários:

  1. Simplesmente ótima a ideia da coluna. Rótulos geralmente passam despercebidos por leigos, e quem lida com cervejas (ou com produtos que envolvam embalagens) sabe o quanto isso é importante.
    Legal a análise feita também, bem sóbria e justa. Claro que isso foi ajudado pelo fato de que essa Weihenstephaner é muito boa...
    Parabéns!

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    Respostas
    1. Voz do trovão, que bom que curtiu! Nós também gostamos muito! Ficamos surpresos com o resultado, nunca vimos nada tão interessante sobre rótulos por aí, já que se trata de um texto analítico.
      Obrigado e volte sempre!

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  2. Valeu pelo comentário, caro vozdotrovao! A idéia é justamente essa: mostrar com o 700cervejas que essa bebida a qual todos amamos pode render sempre mais surpresas! E vem mais por aí, aguarde!

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