terça-feira, 4 de dezembro de 2012

'Produzir como há mil anos, porém com tecnologia de ponta' - ENTREVISTA EXCLUSIVA COM JOHANNES WEISS, DA WEIHENSTEPHANER

O nome é longo e via de regra complicado para os brasileiros pronunciarem. Mas, para os amantes das weissbiers, as cervejas alemãs de trigo, conhecê-la é uma obrigação. Weihenstephaner (vái-rrens-ch-TÊ-fa-ner). O nome completo é pior ainda: Bayerische Staatsbrauerei Weihenstephan. O que, traduzido, significa apenas "Cervejaria Weihenstephan do Estado de Bayern (Bavária ou Baviera)". Detém o título de "alteste brauerei der welt", ou seja, "cervejaria mais antiga do mundo". Sim, do mundo. Foi fundada em 1040. Não, leitor, não foi erro de digitação. É 1040 mesmo. Quase um milênio.

Com tanto tempo de experiência, entende-se o nível de excelência alcançado pela cervejaria. A espuma da Weihenstephaner Weissbier é uma atração por si só. Pode durar quase uma hora no copo, como já pude comprovar, se não for perturbada. Um clássico. A versão bock desta, Vitus, está na segunda medalha de ouro no World Beer Awards (WBA). Mesmo tradicional, a empresa não se furta a experimentar, como na biére brut Infinium, parceira com a americana Boston Beer Company, detentora da marca Samuel Adams.

As Weihenstephaner já são bem conhecidas dos apreciadores brasileiros. E a cervejaria tem expectativas positivas para suas vendas no país. O gerente de Exportações da cervejaria, Johannes Weiss - pena que não o conheci pessoalmente, seria a oportunidade de fazer uma inevitável e infame piadinha com o nome dele - esteve no Brasil na semana passada, e o pessoal da On Trade fez a gentileza de transmitir a ele algumas perguntinhas nossas. Portanto, sem mais delongas...

JOHANNES WEISS
GERENTE DE EXPORTAÇÕES DA WEIHENSTEPHANER




Como o Brasil está posicionado entre os mercados para os quais a Weihenstephaner exporta? Quantos litros estão sendo enviados para cá?

O Brasil está nos top 10 em volume de exportação da Weihenstephaner.

Que potencial vocês veem para o Brasil nos próximos anos? Quanto esperam crescer as vendas para cá?

Nós sabemos do crescimento da economia Brasileira e o desenvolvimento no segmento de cervejas especiais. Nossa expectativa é que a marca acompanhe este crescimento e cresça junto com a economia. Nossa expectativa é de um crescimento de 15% ao ano.

Vocês lançaram, em conjunto com a Boston Beer Company, a "biére brut" Samuel Adams Infinium. Veremos outras parcerias deste tipo?

A Infinium está tendo sucesso acima das nossas expectativas. Desde de que haja um projeto no nível das marcas, não descartamos a ideia.

Este ano, a Vitus (weizenbock) ganhou de novo medalha de ouro no World Beer Awards (WBA). Isto surpreendeu vocês?

Nós não esperávamos ... (risos) Com certeza, é pra isso que a marca trabalha. Nós realmente não esperávamos! Após ganharmos o primeiro prêmio, nos dedicamos ainda mais para sustentarmos esta qualidade e o nível dos produtos.

São quase mil anos de história. Qual a filosofia da cervejaria para atravessar tantas épocas diferentes?

Nossa cervejaria foi destruída quatro vezes em sua história. A cada vez que se reerguia, os processos eram melhorados, mantendo sempre a mesma receita. Além disso, na última década, aconteceu a Technical University Munich, que inova processos, visando melhorias contínuas dos processos de fabricação cervejeira. Os ingredientes são das mesmas regiões, lúpulo da região de Freising, etc. Sendo assim, nossa filosofia é produzir com a maior qualidade possível, como há mil anos, porém com tecnologia de ponta.

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