domingo, 24 de julho de 2011

Minha lista inicial - parte 1

Antes de começar a jornada, eis a primeira parte da lista das que já bebi e que constam no livro (em ordem alfabética por fabricante). Publicarei as próximas partes nas semanas seguintes, para dar tempo de completar a pesquisa.




Achel Bruin
Achelse Kluis, Bélgica

Uma das sete cervejas trapistas oficiais (reconhecida pela International Trapist Association), do mosteiro beneditino De Achelse Kluis, localizado na Bélgica, perto da fronteira com a Holanda - outra terra de cervejas maravilhosas. A instituição voltou à atividade cervejeira em 1998, depois de 84 anos sem produzir. Escura (bruin, como diz o nome), levemente adocicada, e razoavelmente forte.

Graduação alcoólica: 8 %


Brahma
Anheuser-Busch Inbev (Brasil-Bélgica-EUA)

Antes da onda das cervejas artesanais no Brasil, iniciada no começo da década passada, brasileiros que gostassem realmente de cerveja afirmavam sem dúvida: a Brahma é a única que presta, o resto é água. Pois o livro faz justiça à cerveja tipo lager criada pelo imigrante suíço Joseph Villager em 1888, e batizada sabe-se lá por que em homenagem deus hindu. O curioso é que, enquanto aqui Brahma é sinônimo de cerveja de gosto forte, para poucos, o livro a considera "de baixo amargor e leve para beber".

Graduação alcoólica: 4,8 %


Antarctica
Anheuser-Busch Inbev (Brasil-Bélgica-EUA)

Além da Brahma, a Antarctica, também pertencente ao portfólio da gigante multinacional, é uma das escolhidas do livro. É tratada de forma quase desdenhosa, apesar de simpática: "Leve em cor, amargor e aroma, é uma cerveja fácil de beber". Eu, a bem da verdade, nada tenho a acrescentar a esta descrição. Ainda que ache que alguém poderia ter apresentado a eles a Antarctica Original...

Graduação alcoólica: 4,9 %


Tripel Karmeliet
Brouwerij Buggenhout Bosteels (Bélgica)

A Karmeliet é uma cerveja trapista feita a partir de receita original elaborada em 1679 no antigo mosteiro carmelita de Dendermonde, na Bélgica, segundo sua fabricante, a casa Bosteels. Utiliza três grãos: trigo (wheat), aveia (oat) e cevada (barley). De cor dourada-bronzeada, mistura aromas cítricos e de baunilha e tem gosto frutado.

Graduação alcoólica: 8 %


Deus Brut des Flandres
Brouwerij Buggenhout Bosteels, Bélgica

O champagne das cervejas - literalmente, já que ela é submetida ao processo champenoise e a garrafa lembra o modelo e a coloração do Dom Pérignon. A produção da Deus é um processo tão intrincado que junto com a garrafa você recebe um mini-folheto explicando cada passo. O resultado é uma cerveja com um amarelo pálido muito parecido com o do vinho branco, com bolhinhas e gosto pouco adocicado, seco. Normalmente, não se acha no Brasil por menos de R$ 200, mas vale cada gota.

Graduação alcoólica: 12 %


Cooper's Extra Stout
Cooper's Brewery (Austrália)

Apresentado ao vivo no Hollywood Bowl em 1981, um antigo quadro clássico do Monty Python, dos professores da faculdade de Filosofia da Universidade de Wallamaloo, na Austrália, trazia uma piadinha provocativa sobre cerveja, com um genial e infelizmente intraduzível duplo sentido: "American beer is like making love in a canoe. - Why? It's fucking close to water." A marra dos australianos de fazer cerveja de macho para enfrentar um país que é pelo menos metade deserto, foi por terra com a "lagerização" da produção nacional no século passado. Contra a corrente, a cervejaria Cooper's, da família de mesmo nome, continua apostando em ales e stouts encorpadas. Fundada pelo patriarca Thomas Cooper em 1864, a Cooper's, aliás, é a única cervejaria familiar de grande porte que restou no país. A Extra Stout é densa, com amargor bem pronunciado, assim como o sabor do malte torrado, com toques adocicados de banana, café e chocolate.

Graduação alcolólica: 6,4 %


Duvel
Duvel Moortgat Brouwerij (Bélgica)

Uma bela e poderosa belgian strong blonde ale batizada em homenagem ao Capeta/Capiroto/Coisa-Ruim (duvel é "demônio", em holandês) - o que, aliás, é bem comum no mercado cervejeiro, como veremos em outras análises. O nome dela, segundo a tradição, viria de um comentário feito por um sapateiro durante uma sessão de degustação em 1923. Flandres era uma região muito católica, mas o nome pegou. Demora três meses para ficar pronta, e é refermentada na garrafa, com a adição de uma nova dose de açúcares e levedura na hora do engarrafamento. A Duvel se orgulha de ainda usar levedura do ramo escocês selecionado em 1918 por Victor Moortgat, filho do fundador, Jan-Léonard Moortgat. A cervejaria foi fundada em 1871, e hoje é comandada pela quarta geração da família - os irmãos Marcel, Phillipe e Bernard. O resultado é uma cerveja levemente frutada (muito de leve, mesmo), amarga, com o lúpulo bem destacado.

Graduação alcoólica: 8,5 %


Maredsous Brune
Duvel Moortgat Brouwerij (Bélgica)

Vendida em garrafinha idêntica à da Duvel, é a brown abbey ale da companhia. Até 1963, era produzida exclusivamente pelos monges beneditinos da Abadia de Maredsous, a partir da receita secreta desenvolvida pelo padre Atout. A Duvel assumiu a produção e a distribuição e os monges mantém o controle sobre a receita e a qualidade do produto final. Encorpada, frutada e também refermentada na garrafa.

Graduação alcoólica: 8 %


Erdinger Pikantus
Privatbrauerei Erdinger Weißbräu Werner Brombach GmbH (Alemanha)

A germânica Erdinger é sem dúvida a que me traz as lembranças mais carinhosas. Foi com suas cervejas de trigo (weizenbier) que descobri, em meados de 2005, que havia todo este mundo de cevada, lúpulo e malte a ser descoberto. A cervejaria foi criada em 1886 por Johann Kienle, pioneiro da atividade na cidade de Erding, na Bavária. A Pikantus é uma dunkler weizenbock, bock escura. Diferentemente das outras deste estilo não é adocicada e, como o nome sugere, é temperada de maneira a ficar levemente picante. Usa trigo escuro e malte de cevada amadurecido.

Graduação alcoólica: 7,3 %

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