segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Nem toda bolha é de CO₂: o risco do otimismo exagerado no mercado nacional de cerveja

A produção brasileira de cerveja, atualmente, é da ordem de 13 bilhões de litros por ano, segundo dados da Receita Federal. É o terceiro maior mercado mundial, atrás de China e EUA. Antes de qualquer exercício de futurologia - vemos cada vez mais por aí - sobre os rumos do mercado nacional, que têm sido infelizmente muito comuns, é preciso refletir sobre a magnitude da cifra. Dez por cento de 13 bilhões são 1,3 bilhão de litros. Um por cento de 13 bilhões são 130 milhões de litros. Zero vírgula um por cento representam 13 milhões de litros.

Ou, se preferirem, uma cervejaria capaz de 1 milhão de litros por mês. Guardemos isto, portanto:

0,1 ponto percentual (p.p.) de mercado = uma cervejaria de 1 milhão de litros por mês

Vocês perceberão adiante, espero, a importância desta reflexão.

O país é praticamente autossuficiente no produto. As exportações representam uma fatia quase desprezível do total, ficando na faixa dos 50 milhões de litros por ano. As importações têm patamar semelhante, também equivalente a 0,4% do total. Os dados podem esconder alguma subnotificação provocada por sonegação de impostos, mas são estatísticas oficiais e detalhadas do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC).

O volume do que se pode chamar de cerveja artesanal, contudo, parece pertencer ao reino da física quântica. Com os dados disponíveis, só pode ser estimado.

A Receita Federal não separa em suas estatísticas a produção industrial da artesanal. Nem revela, por questão óbvia de sigilo fiscal, os volumes que cada companhia produz. O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) diz que não monitora o volume de produção, e sim as condições de produção.

A Associação Brasileira de Bebidas (Abrabe) estima que haja 200 cervejarias artesanais, e este número é repetido cegamente por diversos especialistas e pseudoespecialistas cervejeiros porque vem de representantes idôneos, até onde se sabe, do setor. A Abrabe tem em seu quadro de associados 39 empresas, nem todas produtoras de cervejas.

O MAPA concedeu, como já mostrei em reportagem, 232 registros de cervejarias só de 1974 a 2012 - novamente, claro que existe subnotificação, porque nem todos os estabelecimentos já se submeteram ao penoso processo de certificação, que pode durar até cinco anos, como comprovou um cervejeiro carioca. Os dados deste ano ainda não foram fechados, mas apontam uma tendência de queda em relação ao ano passado, que foi o pico, com 31 registros. O MAPA disse que não poderia detalhar quais estão efetivamente produzindo.

Os números de registros foram mínimos nas décadas de 1970 e 1980, mas os dados da produção brasileira tiveram o maior avanço da história, segundo a compilação feita por nós a partir dos dados do grupo Baarth Haas. Isso comprova, por sua vez, como o programa de industrialização dos militares, voltado para a criação de grandes grupos brasileiros, com poder de fogo para disputar mercado internacional, moldou o cenário cervejeiro nacional.

A Receita Federal, por sua vez, informou-me ter registros de 595 estabelecimentos produtores de cervejas e chopes no Brasil, sendo 425 matrizes e 170 filiais. Novamente, a ressalva de que não havia a contabilização de quantas estavam em atividade.

Existe base para supor, portanto, que o número da Abrabe esteja subestimado.


EXERCÍCIO DE CÁLCULO

Noves fora, a mesma associação estima em 0,15% o mercado artesanal, o que representaria algo em torno de 20,5 milhões de litros por ano, média de 8,5 mil litros/mês por cervejaria (considerando o número de 200).

Os números e os nomes dos 65 estabelecimentos produtores inscritos no Sicobe fornece uma outra pista. Deles, apenas 21 não pertencem a alguuma das quatro maiores cervejarias do país. Entre há cerca de dez razões sociais ligadas a cervejarias artesanais de renome. As outras representam cervejarias industriais (fabricantes, normalmente, de standard american lagers) de alcance regional, mais comuns no Nordeste e no Sul.

O Sicobe, obviamente, não capta todas as cervejarias. Existem aquelas que a Receita considera que o custo da instalação do sistema de monitoramento (que inclui as famosas câmeras fotográficas para registro das garrafas na linha de montagem) é maior do que o benefício a ser obtido pela fiscalização.  

A única pista, quando perguntei ao auditor da Receita responsável pelo programa de monitoramento da produção de bebidas do país, o Sicobe, foi de que o sistema cobria 99,7% da produção nacional. Assim, teríamos 0,3% que não vêm das "sicobadas", o que corresponde a cerca de 40 milhões de litros.

Considerando que o critério da Receita Federal para instalar o sistema é a economicidade, e o Sicobe abrange pouco mais de 10% do total de registros de unidades produtoras de cervejas, podemos inferir que as produtoras destes 40 milhões de litros, ou pelo menos sua maioria, correspondem à classificação de artesanais. Estimando em 2/3 de artesanais entre as não sicobadas (0,2%), teríamos só aí 26 milhões de litros.

Entre as sicobadas, o CervBrasil, sindicato que reúne as quatro grandes (Ambev, Petrópolis, Kirin Brasil e Heineken) reivindica participação de 96%. Somando 0,4% de importações e 0,3% de não-sicobadas, concluímos que os 21 estabelecimentos produtores não pertencentes aos grandes grupos corresponderiam, portanto, algo como 3,3% do mercado. Dentro deste percentual, não é exagero supor que as artesanais sicobadas correspondam a pelo menos 0,05%, e as industriais de menor porte, aos 3,25% restantes. Seriam, assim, mais 7,5 milhões de litros, total de 33,5 milhões de litros por ano, ou 0,25% do mercado. Para arredondar, 35 milhões de litros/ano.

Novamente, portanto, existe base para supor que o número da Abrabe esteja subestimado.

Dizem que a produção artesanal brasileira chegará a 2% do mercado até 2020 ou nos próximos dez anos, ou em 20 anos. A meta é esticada, claro, cada vez que se aproxima. Não é à toa. Tem gente que propõe elevações de 15% ou 20% ao ano nos próximos anos, sem citar níveis de produção, e esquecendo que a tendência de qualquer aumento percentual é se reduzir à medida que a base de comparação vai crescendo.  

Dois por cento do mercado brasileiro significam nada menos que 260 milhões de litros. Considerando os dados recalculados acima, seria necessário aumentar em mais de seis vezes a produção artesanal atual.

Ou seja, seria necessário que brotassem mais 225 cervejarias artesanais no Brasil, todas capazes de produzir 1 milhão de litros por ano.

Vamos repetir o número, por extenso. Duzentas e vinte e cinco. Duas centenas, duas dezenas e cinco unidades. Seriam mais de 22 por ano, quase duas por mês, ao longo de dez anos. Ou dez por ano, uma por mês, ao longo de duas décadas.

Já imaginou?

Hoje, 18 anos depois do aparecimento das primeiras artesanais da nova geração, como a Dado Bier e a Colorado, quantas com tamanha capacidade existem no país hoje? Alguém sabe apontar?

Difícil, porque elas mesmas não gostam de responder a esta pergunta. Alguns blogs já tentaram e se decepcionaram com a falta de retorno dos questionários. Mas podemos dizer que as talvez dez mais renomadas estão na faixa dos 30-50 mil litros por mês declarados, sendo umas três ou quatro em torno de 100 mil litros por mês. A Krug Bier, possivelmente a maior do Brasil, chega a 200 mil litros por mês.

A Wäls, que afirma produzir 30 mil litros por mês, está investindo para chegar ao patamar de 1 milhão por mês... em 2015. Das demais, talvez a Colorado tenha fôlego para arriscar manobra semelhante. Ela já tem até exportado o produto. As exportações, afinal, são isentas de impostos, o que torna suas cervejas mais competitivas em mercados estrangeiros.

Ok, já são três. E as outras 222? Onde está o incentivo para que isso ocorra?

Seria maravilhoso, mas... qual a probabilidade de acontecer? É plausível, olhando para a situação do país hoje, defender de forma realista que um cenário assim se concretizará sem que mudanças profundamente radicais e extremamente improváveis ocorram na sociedade brasileira e na administração pública no país?

Não vou nem falar da renda do brasileiro, que mesmo com o avanço significativo nas últimas décadas, encontra-se ainda num nível lamentável quando comparada às demais nações cervejeiras tradicionais e mesmo algumas emergentes.

Muito menos abordar os impactos negativos da crise econômica global que já dura cinco anos e ainda não dá sinais de que vá desaparecer. Digo apenas que não são nada animadoras as projeções de entidades como o Federal Reserve (Banco Central dos EUA), Fundo Monetário Internacional (FMI), Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) e o Banco Central Europeu (BCE).


EVOLUÇÃO NOS EUA NÃO É PARÂMETRO 

Qualquer comparação do mercado do Brasil com o dos EUA é completamente inadequada. Além do abismo entre os dados econômicos da população dos dois países, lá, houve uma conjunção de fatores que inexiste aqui. E existe, antes de mais nada, um ambiente jurídico e tributário favorável aos empreendimentos privados de pequeno e médio porte que não está presente aqui.

É preciso lembrar que antes da Lei Seca (Emenda Constitucional 18), que entrou em vigor em 1920, a produção americana já era uma das maiores do mundo, disputando com os mercados europeus tradicionais em grandes volume como Alemanha e Inglaterra. Algumas cervejarias maiores sobreviveram diversificando a produção, voltando-a  para as bebidas não alcoólicas.

Em 1933, quando foi repelida pela Emenda Constitucional 21, as empresas puderam retomar os negócios, mas estavam em meio à Grande Depressão e o plano do secretário de Estado dos EUA, George Marshall, para reanimar a economia. E a crise econômica, como vemos agora, não é boa para o mercado cervejeiro. A cerveja, afinal, é para muitos um produto supérfluo.

Veio ainda por cima a Segunda Guerra Mundial, que fez a produção cair, na medida em que commodities importantes como trigo e cevada precisavam ser direcionados plenamente para o mercado de alimentos. As décadas seguintes foram também marcadas por conflitos, como as guerras da Coreia e do Vietnam, que também tiveram seus impactos.

Em 14 de outubro de 1978, o presidente Jimmy Carter sancionou a lei 1337, conhecida como Homebrewing Act, que permitia a produção caseira, que não permitia sua venda, mas autorizava o uso em atividades como feiras, degustações, julgamentos (campeonatos), etc. Foi o que fermentou o avanço da chamada cultura cervejeira, por meio de expoentes do "homebrewing", como Charlie Papazian. Mais ou menos uma década depois de entrar em vigor a lei, começaram a pipocar as artesanais.


VÁCUO LEGISLATIVO LIMITA MERCADO BRASILEIRO

O Brasil não tem uma lei que regulamente a produção caseira e a questão das feiras e dos campeonatos. Não à toa, tais eventos vem sendo constantemente ameaçados pela ação de fiscalização do governo. Não possui, tampouco, lei estabelecendo tratamento diferenciado para a produção artesanal comercial de pequena e média escalas. Não existem sequer os anteprojetos.

A mudança da regulamentação da produção cervejeira que o MAPA pretende propor ao Mercosul, que deve demorar pelo menos uns dois anos para entrar em vigor, regulariza o uso de certos aditivos como flores, mel, chocolate. Na prática, limita-se a abrir a possibilidade de as cervejarias brasileiras competirem em condições de menor desigualdade com as artesanais importadas, principalmente as europeias e americanas. Não terá qualquer influência na questão tributária.

O pleito de algumas artesanais - reunidas na Carta de Blumenau, lançada no Festival Brasileiro da Cerveja do ano passado - é a inclusão do segmento no Simples. O sistema, no entanto, tem a limitação de faturamento. Só pode beneficiar empresas que faturem até R$ 3,6 milhões por ano. Desta forma, uma empresa que produza 100 mil litros por ano e os venda, na porta da fábrica, a R$ 5, já se encontra além do enquadramento na facilidade fiscal.

Mesmo assim, os sinais não são favoráveis. O ministro-chefe da Secretaria Especial da Pequena e Média Empresa, Afif Domingos, tem insistido na necessidade de incluir mais setores no sistema simplificado de tributação, mas o governo não dá sinais de que pode atender à reivindicação.

Pesa sobre o setor cervejeiro, ainda o ônus de ser um setor com um "custo social" elevado, devido aos problemas de saúde associados ao abuso de álcool. Sem contar a patrulha religiosa contra a bebida, que deve se fortalecer juntamente com os movimentos neopentecostais, como já vemos acontecer.

Aos que estão vendendo - "no limite da irresponsabilidade", como diria um certo ex-diretor de banco de investimento - um futuro de bonança absoluta para o mercado cervejeiro artesanal, resta aconselhar que guardem os óculos com lentes cor de rosa antes de olhar para o mercado.

13 comentários:

  1. concordo plenamente com sua anasile , é quase impossivel chegar ao nivel de 5 ou 10 por cento do mercado as cerevjas artesanais , porem vai uma ajuda para vc , a wensky esta dobrando sua capacidade de produçao , a schmitt a mesma coisa , a husruck triplicou sua capacidade de produçao e finalmente a schornstein abriu outra fabrica em holanbra , nossas fabricas estao a pleno vapor , aumentando sua capacidade produtiva em pg , me desculpe a falha a falke aumenta de forma subistancial sua produçao , me desculpe mas o mercado cervejeiro vai muito alem das fabricas citadas por vc na coluna , poderia citar mais 50 fabricas em pleno aumento de sua capacidade de produçao , abraço .

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    1. Prezado Cris, citamos algumas apenas a título de exemplo.

      As ampliações são interessantíssimas, mas acredito que você concorde que triplicar, por exemplo (não estou me referindo especificamente às que você citou), de 10 mil litros mês para 30 mil é menos difícil do que triplicar de 30 para 90, e de 90 para 270... e por aí vai.

      No mais, como falei, não entramos nos dados econômicos que apontam que existem limites para o potencial do público de mudar seu padrão de consumo, voltando-se para as artesanais. Nem nas perspectivas de conjuntura fraca da economia, que vão impactar o crédito - e boa parte dessas ampliações certamente não é feita com capital próprio, depende de financiamentos públicos e/ou privados.

      O mercado está crescendo? Sem dúvida.

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    2. rsrsrsrsrsrs , prezada chris e mundo machista , o pior para mim é a ponta que coloca 100 por cento de margem na venda das artesanais , isto nao existe , o mercado vai se auto regulamentar com o tempo , abs .

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    3. Chris, mil perdões !

      A ponta que coloca 100% na margem já foi alvo de críticas nossas também. Sem dúvida é um outro fator preponderante na evolução do mercado.

      abs !

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    4. MEU CARO SEM PROBLEMA , QUER VER UM EXEMPLO DE COMO O SEGMENTO DA CERVEJA ARTESANAL ESTA DESPREPARADO , BEER EXPERIENCE E MONDIAL DE LA BIERE , COBRARAM UM PRECO ABSURDO PARA QUEM QUERIA EXPOR OU VENDER SEUS PRODUTOS , COBRANDO METADE DO VALOR DAS VENDAS E AINDA COBRANDO INGRESSO DO PUBLICO , NADA DISSO OCORRE NO CANADA , ALEM DISSO O PRECO DAS CERVEJAS ESTA UM ABSURDO NESSES EVENTOS , ASSIM VAO MATAR O BOI MESMO ANTES DO MESMO ENGORDAR , ABS .

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  2. Texto muito bom e bem embasado, parabéns. É fato que quem faa de cerveja artesanal no Brasil, em geral, é um apaixonado, portanto suscetível à cegueira provocada pela paixão. Não creio que o mercado vá evoluir com a entrada de centenas de players de alcance nacional, mas percebo espaço para que nanocervejarias de abrangência regional, ou mesmo municipal, encontrem um bom espaço para se desenvolver no país. O limite ainda será a legalização das atividades, visto que uma nanocervejaria com produção de 5 mil litros mensais, é inviável se arcar com os impostos pagos pelo setor cervejeiro. O futuro reserva a criação de uma nova subcategoria de ercado, a dos camelôs cervejeiros.

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    1. Exatamente, Guilda. É por isso que acreditamos que esse panorama de avanços do mercado não é sustentável com o atual ambiente de negócios para o segmento cervejeiro no Brasil.

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  3. O texto é muito muito interessante e pega num ponto muito comum ao empresariado brasileiro em geral. Sem querer chover no molhado ao que já apontou muito bem, por quê afinal temos que ter as artesanais com representação X ou Y no percentual total da produção?
    Virando os olhos para o USA de novo - e numa comparação que acho produtiva - grande parte das centenas de excelente micro-cervejarias se preocupa em atender sua região, da melhor forma possível. Cervejarias de renome, como a Revolution Brewery ou a Half acre, ambas de Chicago (onde vivi), por exemplo, mal suprem a cidade por completo. A Half Acre tem planos de uma nova planta fabril para atender - frise-se - o lado sul de Chicago. O mesmo se repete ao longo de todo o imenso território norte-americano, sendo algumas cervejas tão pouco acessíveis (em termos de disponibilidade) para um morador de NY quanto é para nós no Brasil.
    Me parece que os exercícios de futurologia e a vontade de crescer deveria ser mais focada em qualidade, em prover um fornecimento adequado e de alta qualidade para um mercado focado - como acontece com qualquer business. Isto ajuda a criar a tal "cultura cervejeira", sempre local e fomentar a troca de experiências. O crescimento e expansão são resultado e só bem vindo se planejado e estruturado.

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    1. Excelente observação, Doug... aqui, porém, qualquer cervejaria quer fazer vendas e mais vendas interestaduais já desde o início. Resultado... produtos que chegam caros e cervejarias reclamando.

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    2. Doug pegou direto no ponto que as vezes me faz desacreditar no mercado Brasileiro. O regionalismo aqui não existe porque no fundo o consumidor não liga em pagar mais caro. Acredito que alguns até se orgulham disso. Nos EUA é completamente diferente. Se quiserem provas, procurem o grupo "The League of Extraordinary Beer Drinkers" no facebook. Lá cervejeiros americanos postam fotos de seus copos, e o que mais se lê pelos comentários são moradores de regiões americanas distantes da cervejaria em questão desejando encontrar exemplares em suas cidades. Cansei de ver Californianos aos prantos por não poderem comprar uma ou outra Founders, cervejaria que se encontra em dezenas de bares cervejeiros de São Paulo. Por que enviar suas cervejas até o Brasil, e não pra um estado um pouco mais distante? A única explicação que consigo imaginar é que por aqui se consegue vender a preços mais elevados....

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    3. Franco, bem isto. Vários de meus amigos americanos não tem nem idéia do que são cervejas européias. E por quê? São caras lá! Vários deles diziam: "pra quê pagar mais se tenho uma regional excelente e fresca aqui?". O conceito de "Drink Local" e "Support your Local Brewery" é muito forte e as cervejarias sabem explorar isto bem.
      Expandir ferozmente não é a prioridade. Há muito mais esforço em promover novas cervejas, festivais, colaborações com outras cervejarias e etc, do que ter suas cervejas na outra costa do país.
      Aqui pagamos caro, absurdamente caro e ainda assim há cervejas importadas disputando no preço com nacionais. É chover no molhado falar sobre as dificuldades tributárias do Brasil, mas acredito que esforços de criar um forte mercado regional, pode facilitar isto ao não ter que enfrentar os corrosivos impostos interestaduais e custos logísticos pornográficos.
      Adoraria ver em breve no Brasil algo que vivi legal em USA. As famosas "beer-trades". É tão bacana aquela "caça" e troca de cervejas regionais entre apreciadores que já se tem blogs e toda uma estrutura para isto (considerando ainda que o envio de cervejas via Correios é na surdina lá.. coisa que não enfrentamos aqui...). Eu recebia direto pedidos de troca por Three Floyds, os quais tinha acesso fácil em Illinois. Imagina que bacana, promover umas trocas de cervejas do Sul para o Nordeste e etc?
      É aquilo.. muito #mimimi, ações desfocadas e... dá até ânsia em tocar neste tema.. uma desunião ridícula...
      Abraços.

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  4. Meu nome é Daphne, trabalho na NoTopo.com, uma agência focada em tráfego e performance, e temos interesse em ter o press kit de vocês, pois temos clientes interessados no segmento de vocês, e achamos o conteúdo do seu blog muito bacana.
    Além disso, gostaríamos de já receber material sobre tamanhos de banners aceitos e outros formatos com os quais vocês trabalhem. Se possível me responda no e-mail daphne@notopo.com. Obrigada.

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  5. Muito bom o artigo. Gostei mesmo...
    Eu acho que é bem isso que já foi comentado, falta "Drink Local" aqui. Todo e qualquer empreendimento no país está focado em espalhar seus produtos/serviços pelo país, com a cerveja não é diferente(não os recrimino, já que sódá pra sobreviver por aqui se você tiver um faturamento alto).
    Mas vou além, acho que o que mais atrapalha esse esquema é o fato de que para a atual situação do país, não há adequação na legislação que compreenda "Brew Pubs". Pois são eles os empreendimentos que mais auxiliariam essa cultura a crescer. São Brew Pubs que, na minha opinião, seriam um alicerce mais que adequado a um movimento cervejeiro mais forte no país, com mais cerveja regional de qualidade e menos competição. Mas o MAPA, ANVISA e etc etc, estão cagando, né? Abrir Pub pagando imposto de indústria já é vandalismo...
    Ainda assim, às vezes me pergunto se mesmo com Brew Pubs abrindo à torto e à direito iria resolver algo, ou se iria causar um boom de nano cervejarias e lotar o mercado...

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