quarta-feira, 17 de agosto de 2011

#29 - Schloss Eggenberg Samichlaus


A austríaca Samichlaus impõe respeito pelas credenciais: a fabricante Schloss Eggenberg afirma, e nenhuma outra até agora provou o contrário, ao que parece, que é a lager (cerveja de baixa fermentação) mais forte no mercado. É feita uma vez por ano, em homenagem a São Nicolau, bispo da cidade grega de Myra, no século 4, que passou da história à lenda e hoje é mais conhecido como Papai Noel (Santa Claus).

Bem... se é isso o que Papai Noel bebe, preciso urgentemente mandar currículo pra uma vaga de duende auxiliar da fábrica de brinquedos.



O que a Samichlaus tem de bonita no copo - a cor "âmbar-marrom", segundo a descrição comercial -, tem de deliciosa. É bem adocicada, provavelmente para disfarçar dos seus estonteantes (mesmo) 14% de álcool. Desce esquentando tudo, depois vem a porrada. O amargor (lúpulo) é quase imperceptível, ela é densa, sua espuma é pouca e vai embora rápido. Uma longa neck, de 330 ml, é o suficiente para deixar um ser humano normal em estado alterado. O que é ótimo, visto que esta singela garrafinha pode variar de R$ 20 a R$ 40.


A Schloss Eggenberg é uma empresa familiar, comandada desde 1803 pelos Forstinger-Stöhr. Segundo registros históricos não autenticados citados pela companhia em seu site, a fabricação começou em 971. Não, você não leu errado, é 971 mesmo. São 1.040 anos. Na pior das hipóteses, de acordo com documentos esses sim comprovados que eles também citam, vem de 1287, com o patriarca, digamos assim, Tiemo de Eggenberg.

Mas a cervejaria continuou com os Eggenberg legítimos por "apenas" 212 anos. Foi vendida então à família Fernberger, que a passou adiante ao conde de Herberstorff 101 anos depois. No século 17, ela trocou de mãos ainda quatro vezes. Mais duas entre a nobreza: chegou às do conde de Prinzenstein, em 1649, e delas para as do conde Kuefstein. Depois, dos religiosos do monastério beneditino de Kremsmuenster e, finalmente, às de um homem de negócios: Michael Weismann.

No século 18, mais duas mudanças: foram comprados por (um casal/um dupla?) Sigmund Ferdinand e Maria Payrhuber, e depois por um certo Johann Michael Buderus. Depois, ficou com os Forstinger. Por quase 90 anos, esteve nas mãos, curiosamente, das mulheres da família. Após a morte de Carl Forstinger - filho de Franz, neto de Johann George -, sua esposa, Caroline, assumiu o negócio, em 1892. Trinta e cinco anos depois, quando Caroline morreu, foi a vez de suas filhas, Maria Forstinger e Emilie Stöhr. Em 1945, as filhas e um filho destas, Caroline 'Lilly' Stöhr, Gertrude Stöhr e Karl Stöhr, entraram na operação.

Desde 1981, Karl é o cabeça da companhia. Atualmente, a cervejaria produz cerca de 160 mil litros da bebida por ano, de acordo com a Lei Germânica de Pureza de 1516 (Reinheitsgebot). É outra que recebe visitantes para visitas guiadas e degustações. Aceitam grupos de 10 a 50 pessoas. Basta ligar para 43-0-7614-6345 ramais 71 ou 72 e dar um pulinho ali em Vorchdorf, na Áustria...

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