domingo, 2 de outubro de 2011

A long time ago, in a galaxy far far away...

MINHA VIDA DE CERVEJEIRO - CENA 1

NA PADARIA // INTERNA - DIA

Texto na tela: 5 / 12 / 2007 - Preparativos para a festa do 29° aniversário

fade in



PLANO GERAL do CLIENTE diante de cinco prateleiras com garrafas.

CLIENTE (em off, enquanto observa as cervejas):
Fui na padaria metida a besta e parei em frente à prateleira de cervejas importadas. Vi os preços, contei as cervejas, contei o dinheiro, fiz um cálculo de cabeça... O que, aliás, não é meu ponto forte... e chamei uma atendente.

CLIENTE:
Oi, com licença... por favor, eu vou querer levar essas daqui.

ATENDENTE:
Pois não, senhor, quais?

CLIENTE:
Todas.

ATENDENTE:
Mas todas de qual?

CLIENTE:
De todas.

CLOSE na ATENDENTE. Pausa de 10 segundos no rosto dela com a boca aberta, até passar um homem de camisa pra dentro da calça e gravatinha com nó pronto, com pinta de gerente ou coisa que o valha.

ATENDENTE:
Fulano, avisa lá pro estoque pra repor as importadas, que esse moço aqui vai levar as da prateleira.

HOMEM DE GRAVATINHA (sorridente):
Ah, sim, muito bem. De qual delas?

CLIENTE:
De todas.

CLOSE no HOMEM DE GRAVATINHA de boca aberta.

CLOSE no belo carrinho de compras.



Fade to black

FIM

Primeiro, desculpem a péssima imagem, mas sabe como eram as câmeras de celular... algumas garrafas/latas não couberam no carrinho, precisaram ser levadas colocadas numa nada simpática sacola de papel, que não fotografei.

Resultado: uma dúzia de Hollandia (330 ml), uma dúzia de 8-6 (500 ml), meia dúzia de Hofbräu (500 ml), meia dúzia de Isenbeck (1.000 ml) e quatro Warsteiner (1.000 ml).

Resultado: R$ 420 para 23 litros de cerveja, quase 2 litros por pessoa.

Convidados para o evento foram 12 grandes amigos da faculdade, galera acostumada a deitar caixas e mais caixas dos acervejados que se bebe por aí. Toparam o preço salgado da brincadeira e não se arrependeram. A não ser, na verdade, um camarada que teve uma ... indisposição estomacal após o evento.

Saíram no dia seguinte ainda cambaleantes - depois de terem desdenhado da quantidade e mesmo após a minha argumentação que se tratavam de cervejas diferentes - e felizes da vida.

Na época, eu já sabia que não estava levando grandes coisas, mas eram as mais acessíveis. Havia cervejas melhores, mas a preços exorbitantes que inviabilizariam o evento. A Hofbräu é boa, uma weiss digna, até com pedigree; a Hollandia é uma ale honesta; a 8.6 é apenas decente, mas encanta pelo teor alcoólico (8%) e é bem doce; as outras duas, lagers-sem-graça, são experiências que não orgulham nenhum currículo cervejístico.

Hoje em dia, felizmente, bebe-se coisa muito melhor pelo mesmo preço. Espero que daqui a mais quatro anos, esse cardápio melhore ainda mais.

Quem viver, beberá.

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